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Professores roubam um bebê

Era uma vez um grupo de três professores de biologia, dois homens e uma mulher, que resolveram roubar uma criança que nasceu numa cidade do interior.
Eles enganaram os pais da criança ainda no hospital, se passando por médicos/enfermeiros, e levaram o bebê embora.

Por algum motivo, eles acreditavam que aquela criança tinha alguma mutação prejudicial a espécie humana. Mesmo depois de muito discutirem entre si, chegaram a conclusão que a única forma de fazerem os testes e descobrirem era roubando o bebê.

Depois de terem cometido o delito, estavam os três com o bebê no carro, e já estava sendo anunciado no rádio que a polícia estava procurando o trio que roubou o bebê. Era filho de um casal muito rico e influente na cidade, e por isso nenhum esforço foi poupado, e a tensão entre eles aumentava a cada momento.

Chegaram na capital, porém seus rostos já estavam na TV, seus nomes eram conhecidos, eram o assunto do Brasil todo. O bebê já começava a chorar, possivelmente com fome e sujo, e os professores não tinham como cuidar, pois não tinham planejado com antecedência.

Resolveram ligar para o pai da criança avisando que iam devolver, com o intuito de ganhar tempo. Enquanto um deles falava ao telefone, um transeunte ouviu a conversa e deduziu que eram os professores com o bebê, e começou a gritar, chamando a polícia.
Eles pegaram o carro e foram pra cima de um viaduto. Vendo que não teriam como escapar e seriam presos, deixaram o bebê no carro, numa cestinha, em segurança, e se jogaram da ponte para a morte certa. Adeus mundo cruel.

Os pais recuperaram a criança e deram entrevistas ao jornal, do desespero de perderem o filho, do alívio de reencontra-lo e da incognita da motivação dos sequestradores, que nunca pediram dinheiro. A população logo esqueceu o caso e nunca ficou sabendo o motivo dos professores que levaram a criança, e porque eles preferiram morrer do que ser presos.
Mas alguém sabia.

Alguém sabia que os professores preferiram morrer porque a aberração causada nessa criança traria para o mundo algo pior que a morte rápida. Uma chaga no código genético, que daria a um ser inocente a capacidade de dizimar populações inteiras.
Ninguém sabia, mas os pais do bebê eram cientistas que se conheceram trabalhando no projeto de condificação no genoma. Que desenvolveram uma relação muito íntima ao trabalharem para empresas que fazem alimentos transgênicos em laboratório. E juntos desenvolveram seu maior projeto.

Quem sabia a verdadeira motivação dos professores eram os próprios pais da criança, que a idealizaram com propósitos grotescos e com o intuito de controlar o poder do filho a seu bel prazer.
E então, depois de dar todos os esclarecimentos necessários a polícia e a imprensa, os pais foram embora, levando seu filho no colo e um sorriso malicioso na boca.
Adeus mundo cruel.

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