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O testamento do tio Paulinho

Eu chamava um monte de gente para ir na minha casa, pois o meu tio Paulinho havia morrido e deixado o testamento sob minha responsabilidade.
A maioria eram pessoas que eu não conhecia, com exceção dos meus primos, filhos do tio Paulinho.

Estavam todos em pé, um ao lado do outro, e reparei que o tamanho das pessoas ali presentes (muitas crianças), formava uma "escadinha". Foi aí que eu me toquei: aqueles 10 ou mais jovens/crianças eram todos os filhos que meu tio tinha, mesmo os que a gente não conhecia.

Eu lia o testamento, e ele deixava certinho uma porcentagem pra cada um. Eu ficava tentando reconhecer qual era o unico filho dele, alem dos meus primos, que eu conhecia. Imaginava que era uma criança pequena, e depois passava a contar os anos desde a última (e única) vez que o vi, e que ele já deveria ser crescido.

Minhas divagações acabam ficando pra trás quando percebo que um dos meninos, adolescente, estava olhando muito em volta, como se estivesse mapeando o lugar mentalmente. Fiquei preocupada, porque não conhecia a procedência de todas aquelas pessoas, não sabia se eram de bem.

Fiquei preocupada, pois esse menino tinha um jeito meio assim de malandro. Termino de ler o testamento e eles começam a ir embora. Como aquele menino me intrigou, eu passo a segui-lo.
Ele pega um ônibus e eu entro também, tentando fazer de tudo para ele não me ver.

Estamos num lugar já bem longe de casa, e começo a pensar se não estou ficando doida de pensar mal dos outros e sair seguindo as pessoas assim. Até que o celular toca e o Reinaldo diz que estão roubando nossa casa, mas que ele não está lá, ele viu (sei lá como ele viu, ele não explica).

Eu não tenho como voltar, e nem ele tem como ir pra lá, já que ele também está longe de casa. Eu fico procurando se eu tenho o telefone do síndico ou portaria do prédio. Eu tinha mudado pra aquele apartamento há poucos dias e não conhecia ninguém ainda.
Ligo pra portaria, e começo a explicar a história meio afobada, eles não entendem direito e dizem que estou mentindo, que as pessoas que estão na casa estão fazendo a mudança.

Fico desesperada, e percebo que cai numa armadilha, ao seguir um dos supostos filhos do meu tio, deixei o caminho livre para que outros menos suspeitos invadissem e roubassem a casa. Então, o menino que eu segui, que estava no mesmo ônibus que eu, sorri maquiavelicamente pra mim e desce do ônibus. Fim.

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