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O medalhão do menino da floresta

Era uma vez dois meninos, que foram encontrados abandonados numa floresta. Eles carregavam um livro estranho de capa vermelha, escrito num dialeto que o povo daquela aldeia não entendia.
Eles acolheram os meninos, e um deles foi criado pelo carpinteiro.

Eu (que no sonho era uma criança), brincava com meus amiguinhos, e um deles era o filho do carpinteiro. Estavamos na floresta, e um outro grupo de crianças brincava também não muito longe dali, era possível até ouvi-los de onde estavamos.

Um clarão surgiu na floresta, e todos ficaram curiosos. As crianças que brincavam comigo tiveram medo de ir até lá, mas quando viram o outro grupo se aproximando, resolveram escolher um representante para ir também.
Eu me ofereci, não estava com medo. E fui.

Chegando lá, encontrei o representante do outro grupo, que era o outro menino encontrado na floresta quando pequeno.
Nós chegamos ao local da luz, e havia dois colares pendurados na árvore, cada um com um medalhão grande.
Foi um pouco difícil tira-los da árvore, mas conseguimos.

Cada um pegou um colar, e quando olhei pro medalhão, era o rosto do menino que estava ali comigo. Eu olhei pro medalhão dele, e tinha o rosto do menino que brincava comigo que havia sido encontrado na floresta.
Nós trocamos os colares, e corremos para nosso grupo de amigos.

Quando cheguei, coloquei o colar no pescoço do menino. Os outros indagaram porque eles não ganhavam colares, e eu expliquei que estava dando para ele pois tinha seu rosto no medalhão.
Levamos aos adultos, e eles viram que além da gravura do rosto dos meninos, havia também inscrições.

Um ancião reconheceu que era na mesma língua do livro que foi encontrado com os meninos, e todo o povo foi até a casa do ancião que guardava livros, para achar o livro dos meninos.

Nessa hora do sonho muda um pouco. Agora eu já sou eu mesma na minha idade, e não estamos mais no mundo medieval, e sim numa escola. Muitas pessoas procuram um livro em várias caixas de papelão.
São todos os meus livros.

Eu estou procurando, e vejo que um livro que não era meu, que falava sobre anjos e demônios (não o livro do Dan Brown, e sim algo mais místico). E esse livro estava encapado com um papel vermelho, por um momento achei que era o livro que procuravamos, mas não era.
E esse papel vermelho era a capa de um livro que confeccionei na escola quando criança. Fiquei procurando o resto do livro (que foi todo feito a mão, com figuras coladas de revista e desenhos próprios), mas não encontrei.

Nessa hora, fiquei muito triste. Alguém havia destruido uma das minhas mais queridas memórias da infância. Então, eu olho em volta e não há mais ninguém na sala, e as caixas estão vazias, as pessoas roubaram meus livros!
Fico ainda mais triste, e acho uma lista, e está escrito assim:
- Tenho muitas faltas na escola
- Não estudo o suficiente
- Todo ano fico de DP
- Não faço nada direito
e outras coisas desse tipo.

Daí eu olho em volta, e começo a chorar. Então o Rê aparece e diz:
Você não pode deixar suas coisas assim pros outros, senão as pessoas levam embora, pois são desesperadas. Você tem que tomar mais cuidado com as suas coisas.
E essa crítica, junto com as do papel, me deixam desesperada. Fim.

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